Resenha: O Pacto - Joe Hill


Título: O Pacto
Autor (a): Joe Hill 
Editora: Sextante
Páginas: 320
SKOOB


Ignatius Perrish sempre foi um homem bom. Tinha uma família unida e privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e, muito cedo, conheceu Merrin, o amor de sua vida. Até que uma tragédia põe fim a toda essa felicidade: Merrin é estuprada e morta e ele passa a ser o principal suspeito. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que prove sua inocência. Todos na cidade acreditam que ele é um monstro. Um ano depois, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça infernal e chifres crescendo em suas têmporas. Descobre também algo assustador: ao vê-lo, as pessoas não reagem com espanto e horror, como seria de esperar. Em vez disso, entram numa espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis. Um médico, o padre, seus pais e até sua querida avó, ninguém está imune a Ig. E todos estão contra ele. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão, que sempre soube quem era o assassino de Merrin, mas não podia contar a verdade. Até agora. Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim. 
Gostei muito do primeiro livro que li do Joe Hill, A Estrada da Noite (confira a resenha aqui) e como ouvi várias críticas de que O Pacto era melhor, não tive dúvidas ao mergulhar na leitura. Além disso, Joe Hill é filho de Stephen King e, puxa!, ele é filho do gênio, então não tem como escrever algo, digamos, ruim. 

Posso dizer que não foi o melhor livro que li na vida, mas com certeza tem uma trama que te prende desde a sinopse e a escrita de Hill flue, é profunda e hipnotizante. 

Aliás, capa super interessante e criativa!

Bom, O Pacto conta a história de Ignatius Perrish. Ig tinha tudo para ser a pessoa mais feliz do mundo: tinha uma boa família, um irmão famoso, um bom emprego e o melhor de tudo, sua namorada de infância Merrin. 

No entanto, tudo desmorona quando Merrin é assassinada em circunstâncias misteriosas e a culpa recai sobre Ig. E, apesar de ser inocentado da acusação, todos acreditam piamente que ele foi capaz de tal atrocidade.

Então em uma bela manhã quase um ano após a morte de Merrin, Ig acorda com chifres, é claro que ele estranha um pouco, ainda mais por não se lembrar de uma boa parte da noite anterior. E tudo fica mais estranho - e pior - quando ele descobre que as pessoas ao olharem para os chifres contam seus segredos e pecados mais profundos. 

De estranhos você pode esperar qualquer coisa, mas o que fazer quando o pior vem da sua própria família? Que supostamente devia te apoiar e amar? Devia saber que você nunca mataria a mulher pela qual era perdidamente apaixonado desde a infância?! E quando o seu irmão sabe quem destruiu a sua vida ao matar a pessoa que você mais amava? 

Mas, você sabem o que dizem: Quando sua vida é um Inferno não é tão ruim assim ser o Diabo.

Devo dizer que o que mais me deixou curiosa enquanto lia o livro não era saber como Ig tinha conseguido os chifres, embora o título de uma boa ideia, mas sim como Merrin havia morrido. O assassino é revelado relativamente cedo e Ig vai atrás de vingança. Mas, eu ficava me perguntado: Por que? Como? E Joe Hill, magistralmente nos da vários pontos de vista dando motivos cabíveis para acreditar em cada um deles. 

O livro é dividido em partes, e em uma delas somos levados à infância de Ignatius e Merrin. De como tudo começou... e em outra parte como terminou. Essas foram às passagens que mais me agradaram no livro, as do passado. Eu ficava eletrizada para saber qual o caminho que os personagens tinham percorrido para se tornarem o que são.

Em algumas partes a história deixou a desejar, ficando meio enfadonha e lenta, principalmente porque esperava mais de Ignatius como “Diabo”, mas até que no final ele me surpreendeu e mereceu meu respeito. 

Ig é um bom personagem, que não merecia nada que aconteceu a ele. E vamos dizer que ele até tenta ser cruel em seu novo papel, mas acaba desistindo no meio do caminho. Achei digno o que ele faz, “punindo” apenas aqueles que realmente merecem. Em alguns momentos eu até desejei que Merrin estivesse viva, pois eles mereciam serem felizes juntos (escorre a lágrima).

Merrin apesar de ser uma personagem que não está mais presente, é muito intrigante. Em alguns momentos eu fiquei com raiva das atitudes dela, no entanto eu desconhecia os seus motivos. Ela é uma personagem que está bem presente na trama apesar de estar morta.

Uma coisa que realmente me cativou na estória foi o fato de as pessoas fazerem confissões. Sempre quis ler a mente das pessoas e embora não seja assim que o “poder” de Ig funciona, o resultado é semelhante. Mas, confesso que depois desse livro não desejo mais tanto isso. É incrível o que as pessoas têm a esconder e como descobrir tais coisas pode ser devastador e doloroso. 

Isto é o algo a mais do livro, que complementa essa história tão bem estruturada. A trama não é tão cheio de reviravoltas, alguns podem dizer que o final é até previsível, mas eu gostei, achei interessante e plausível.  

Em resumo, um bom livro. Com uma trama criativa e atraente; escrita impecável e gostosa de ler. E lembrem-se os direitos da adaptação cinematográfica já foram adquiridos e até podemos conferir algumas fotos de Daniel Radcliffe (#ComoAssimHarryPotter?) como Ignatius! Estou ansiosa para a estreia!



2 comentários:

  1. Nossa, nunca li nenhum livro desse autor, mas esse em especial me deixou muuuuito curiosa. Sempre costuma gostar de livros que usam o Diabo como personagem, cada um tem uma interpretação diferente dessa figura e isso me agrada muito. Vou procurar ler com certeza! Beijão!

    www.centraldaleiturablog.blogspot.com

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    1. Não vai se arrepender Vanessa. É muito bom! Traz uma versão diferente do que é ser o "Diabo"
      Beijos :)

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