Resenha: O Duque e Eu - Julia Quinn

Título: O Duque e Eu 
Autor (a): Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
SKOOB
Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas. Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível. É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo.Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga. A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta.
Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.

Advinda de uma grande e amorosa família (Os Bridgertons são, ao total, oito irmãos!), Daphne Bridgerton é uma moça forte e inteligente, dona de um senso de humor naturalmente divertido, porém um tanto incomum para uma mulher no século XIX e com quem é possível conversar sobre inúmeros assuntos que não se limitem a vestidos, sapatos e festas. E já ia me esquecendo de mencionar que ela também tem um ótimo gancho de esquerda. 

Daphne tem se tornado, ao longo dos anos, amiga de vários homens e rapazes que sua mãe vê e caça como possíveis pretendentes da filha. Ah, claro... Não poderia deixar de mencionar a viscondessa Violet Bridgerton. A super mãe desta enorme família é uma mulher sábia e gentil, o que não muda em nada o fato de ser uma típica mãe londrina preocupada desesperada por bons casamentos para seus filhos, em especial, para Daphne. Afinal, uma moça de vinte anos naquela época já deveria estar preocupada com os preparativos para o casamento, ou melhor, já deveria estar casada. 
"Daphne se obrigou a respirar fundo. Depois de quase duas temporadas em Londres, a simples menção da palavra “marido” era suficiente para fazer sua cabeça latejar. Ela queria se casar, de fato queria, e não estava sequer sonhando com um amor verdadeiro. Mas desejar um marido por quem tivesse ao menos um pouco de afeição era pedir muito?" Pg. 16
Um tanto diferente da massa de moças da alta sociedade inglesa do século XIX, cobertas pelas infinitas camadas de renda e babados de seus espalhafatosos vestidos, Daphne é divertida e inteligente, o que a torna uma personagem fácil de se apegar, ainda que o livro seja narrado em terceira pessoa, é muito agradável acompanhá-la. Em especial, porque sua personalidade é contrastante à de Simon. 



Já ia me esquecendo pff é óbvio que não do Duque de Hastings, Simon Hastings. Um dos mais cobiçados homens de toda a Londres e arredores. Dono de uma fortuna, de muitas propriedades e de um título recém atribuído (e muito admirado pela sociedade) após a recente morte de seu pai, este forte e belo homem carrega, além da fama de libertino, um passado muito conturbado ligado à seu pai.
Sendo o melhor amigo de Anthony Bridgerton (irmão mais velho de Daphne), acaba tornando-se inevitável que ele e Daphne se conhecessem, ainda que o episódio tenha se dado em circunstâncias um tanto curiosas. 
A afinidade imediata entre os dois acaba levando-os à não tão brilhante ideia de fingirem estarem interessados um no outro. Entenda: enquanto Daphne é cortejada por um Duque talvez os homens passem a vê-la com mais interesse e torne-se mais fácil encontrar um marido, enquanto o Duque estando supostamente interessado em Daphne fica livre do ataque das mães e jovens solteiras da temporada. Prepare-se para muitos risos, choradeira, irmãos extremamente irritados e fortes, pancadaria, dramas familiares e cenas quentes! 

Tudo isto, narrado de forma infame para a sociedade inglesa, pela jornalista misteriosa cuja verdadeira identidade é desconhecida, Lady Whistledown. Ainda não decidi se gosto dessa mulher ou se quero socá-la. 





Este é um livro no qual, em momento algum, tudo fica perfeitamente bem e calmo. São acontecimentos contínuos que nos permitem conhecer cada vez mais profundamente as personagens e tentar compreender seus conflitos pessoais. Apesar de ser um romance de época, lamento o pouco uso de uma linguagem mais rebuscada e formal tal qual nas obras de Jane Austen ou Emily Brontë

De qualquer forma, gostei muito da escrita da autora e, principalmente, da forma como ela constrói os diálogos, explorando as emoções fortemente em cada fala. 
Não posso deixar de falar dessa linda arte da capa e da modelo que se encaixa perfeitamente na descrição e na forma como eu imaginei a Daphne! A diagramação está impecável e não encontrei erros de digitação. 

Este e o Livro-1 de uma série de oito livros, intitulada Os Bridgertons, cada qual contando a história de um dos irmãos ou irmãs de Daphne. Pra quem gosta de um bom romance com muitas idas e vindas e com teor erótico bem explorado, sem se tornar o tema principal da história, esta é uma excelente leitura! 



10 comentários:

  1. Oi, Flor! Tudo bom?
    Sempre fico com o coração na mão quando leio que o livro trata-se desse tema de casamentos arranjados, sempre acontece algo de ruim e é quase impossível prever as tragédias. Daphne parece ser ótima, que apesar de toda a preocupação da mãe, leva uma vida tranquilha e cercada de amigos. Sua resenha me transmite uma leveza sem igual, a história, apesar de toda essa trama e armação do casal, não deixa o bom humor e situações engraçadas de lado, o que particularmente adoro. Até o momento, não realizei a leitura do livro, mas agora não tenho mais motivos para não ler. Adorei a resenha <33

    Beijinhos,
    www.percepcoes.blog.br

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    1. Oi Fer-linda! Tudo sim e contigo?
      Esses romances de época carregam inúmeros elementos que vão "contra" os mocinhos rsrs. Acredito que, até mesmo por isto, eu goste de lê-los. Mas, claro, que conto com a capacidade do (a) autor (a) de dotá-los de muito bom humor, para que não se torne uma leitura muito melancólica.
      Que bom que gostou da resenha :3 Espero que tenha aumentado a sua curiosidade para ler!
      Beijinhos...

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  2. Julia-linda,
    Adorei sua resenha! Já li muitas resenhas sobre esse livro e a sua é uma das melhores. Soube destacar cada característica da obra, o que apenas me fez sentir mais convidada a lê-la. Eu não sou fã de romances históricos, sabe? Mas Julia Quinn parece ter um tipo de narrativa que, certamente, também me encantaria. Além disso, a proposta desse livro me atrai e espero, sim, conhecer essa família. :)
    Ótima resenha, flor!

    Beijos!
    http://www.myqueenside.blogspot.com

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    1. Olá Fran! Que bom te ver por aqui :3
      Sou suspeita pra falar, pois este livro "casou" dois dos gêneros literários que mais gosto: romance de época.
      A narrativa flui muito bem, o que me permite elogiar Julia Quinn. Mas acho que a autora poderia ter investido mais em algumas particularidades que dariam à história características mais marcantes da época em que se passa.
      Que bom que gostou tanto da resenha!
      Beijos e apareça mais vezes querida!

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  3. Oii
    Já vi esse enredo em um filme ou outro, um casal fingindo que está junto por algum motivo e de repente os dois se apaixonam de verdade..
    Apesar de meio usado é um bom enredo, rende diversão e me interessa.
    Algumas pessoas não curtem esse tipo de estória, mas eu gosto de ver o mesmo enredo sendo desenrolado de maneiras diferentes em estórias diferentes.
    Ainda não tinha parado pra ler nada sobre os livros da autora, mas fico feliz por ter feito isso agora, curti o livro!

    Beijos, O Outro Lado da Raposa

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    1. Olá Raissa!
      Exato, é um enredo um tanto "batidinho" não é?
      Mas justamente este foi o desafio da autora para se sobressair às demais. E esta fez isso de uma forma profissional, investindo em uma narrativa bem fluída e na construção de ótimos personagens.
      Espero que você possa lê-lo :)
      Beijos flor!

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  4. Amiga eu tenho os dois primeiros livros dessa série, mas eu ainda não os li.
    Tenho bastante curiosidade, mas eu acho que vou completar primeiro a minha coleção para que eu possa ler sabe? Até porque já sairam vários e eu gosto de ler tudo de uma vez só. Mas eu acho a história muito fofa, até porque eu dei uma folheada no meu livro e tbm já vi várias resenhas lindas assim como a sua e espero gostar bastante da história também, ainda mais eu apaixonada por romances xDDDD

    http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/03/resenha-verdadeira-bela.html

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    1. Oii!
      Esperta você! rsrsrs. Eu li o primeiro e agora estou muito ansiosa pelos próximos, mas não os tenho ainda :/
      Ainda assim, quando juntar todos, mergulhe nas histórias da família Bridgerton, vale a pena.
      Beijos!

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  5. Oi Julia, tudo bem ???
    Menina que resenha foi essa ?! Se antes eu ainda estava um pouco indecisa com relação a essa série, agora tenho certeza de que preciso ler todos os livros !!! :D
    Fiquei tão feliz de saber que tem de tudo nesse livro, confesso que ri com a parte: "Prepare-se para muitos risos, choradeira, irmãos extremamente irritados e fortes, pancadaria, dramas familiares e cenas quentes!" Acho que foi o que me fisgou de vez, rsrsrs.
    Adoro romances de época, tenho certeza de que vou gostar desse !!!
    Se eu não estivesse proibida de comprar livros, compraria a série já, rsrsrs. Mas achou que vou ter que esperar um pouquinho para poder conferir essa história !!!

    Beijinhos
    Hear the Bells

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  6. Eu sou completamente apaixonada por essa família e a Julia Quinn com certeza vai me levar a falência. Desde O Duque e Eu que eu compro todos os livros dos Bridgertons na pré-venda e jpa li todos os lançados no Brasil até agora.
    Também senti falta de uma linguagem mais rebuscada, mais característica da época, mas a autora tem uma coisa tão bacana na sua maneira de escrever que acabou me cativando mesmo assim.
    Beijo

    www.blogrefugio.com

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