Resenha: A 5ª Onda - Rick Yancey

Título: A 5ª Onda
Autor(a): Rick Yancey
Editora: Fundamento
Páginas: 368
SKOOB

Sinopse: Depois da primeira onda, só restou a escuridão. Depois da segunda onda, somente os que tiveram sorte sobreviveram. Depois da terceira onda, somente os que não tiveram sorte sobreviveram. Depois da quarta onda, só há uma regra: não confie em ninguém. Agora inicia-se A QUINTA ONDA. No alvorecer da quinta onda, em um trecho isolado da rodovia, Cassie foge deles. Os seres que parecem humanos, que andam pelo campo matando qualquer um. Que dispersaram os últimos sobreviventes da Terra. Cassie acredita que, estar sozinho é estar vivo, até que conhece Evan Walker. Sedutor e misterioso, Evan Walker pode ser a única esperança de Cassie para resgatar seu irmão — ou até a si mesma. Mas Cassie deve escolher entre a esperança e o desespero, entre a rebeldia e a entrega, entre a vida e a morte. Entre desistir ou contra atacar.

Antes de tudo: esqueça todos os filmes e afins sobre alienígenas de cabeções e coloração esverdeada que você conhece. A 5ª Onda nos apresenta “ETs” muito mais ameaçadores do que estamos acostumados. O que assusta neles? A inteligência e avanço tecnológico. Os “Outros” (como os humanos decidiram os chamar) chegaram à Terra decididos em exterminar a raça humana, mas isso não quer dizer que eles simplesmente desceram de naves gigantescas e saíram matando geral (Bitch, please! Eles são mais espertos que isso). O que eles fizeram foi mandar quatro ataques (ou Ondas, como ficaram conhecidos) de maneira periódica, e que foram capazes de acabar com a vida de mais de 7 bilhões de pessoas. Agora, os últimos sobreviventes esperam pela 5ª Onda, temerosos de que seja ela a que irá varrer de vez a humanidade do planeta.

"– 1ª Onda: apagam-se as luzes. 2ª Onda: começa a arrebentação. 3ª Onda: pestilência. 4ª Onda: Silenciador. O que vem em seguida, Evan? O que é a 5ª Onda?" pág. 283

“E se eu for a última pessoa viva na Terra?” 

Isso é o que Cassie Sullivan se pega pensando às vezes, em meio a solidão que lhe assola. Começamos a leitura acompanhando essa corajosa garota de 16 anos, e aos poucos descobrimos que ela já passou por mais coisas do que muita gente seria capaz de suportar: viu a mãe morrer da forte peste resultante da 3ª Onda, o pai ser assassinado e seu irmão mais novo Sammy ser levado por militares. Tudo isso em meio ao caos que o mundo se transformou após a invasão alienígena, ou como eles costumam chamar, a Chegada. E agora Cassie, munida de seu fuzil M16 e Urso (o ursinho de pelúcia de seu irmão), está focada em cumprir a promessa que fez a Sammy de resgatá-lo. 

"Talvez eu seja a última, mas sou a última que ainda está de pé. [...] Eu sou aquela que não vai fugir, não vai ficar, mas vai enfrentar.
Porque, se eu for a última, então eu sou a Humanidade.
E se essa for a última guerra da Humanidade, então eu sou o campo de batalha." pág. 88

O que ela não esperava, no entanto, era conhecer Evan Walker em meio a sua missão de resgate. Pois, mesmo que ele tenha ajudado-a e seja terrivelmente lindo, Cassie não consegue ignorar a sensação de que há algo errado com Evan e de se perguntar se é seguro confiar nele. 

"Regra número um: não confie em ninguém. O que leva à regra número dois: a única forma de ficar viva o máximo de tempo possível é ficar sozinha o máximo de tempo possível.
E agora eu quebrei as duas." pág. 217

Alternados com os capítulos pelo ponto de vista de Cassie, temos capítulos sob a visão de Ben Parish. Ben era o garoto colírio pelo qual Cassie morria de amores na escola, mas que nunca correspondeu aos seus sentimentos. Após a Chegada, a vida dele mudou drasticamente, assim como a dela. Agora, ele é chamado de “Zumbi” e faz parte do Esquadrão 53, um dos muitos grupos de crianças e adolescentes que estão sendo rigorosamente treinadas no Campo Abrigo, uma espécie de base que os prepara para serem soldados que lutarão contra os Outros. Ou pelo menos era nisso que todos acreditavam...

"Isso foi o que os Outros fizeram conosco. É impossível formar um grupo para lutar sem confiança. E, sem confiança, não havia esperança.
Como livrar a Terra de seres humanos? Livre os seres humanos de seu senso de humanidade." pág. 18

Bom, acho que como já deu pra notar, a regra do livro é “Não confie em nada e em ninguém”, e isso também vale para nós leitores. Rick Yancey criou personagens apaixonantes, uma trama rica e cheia de elementos, mas mesmo assim muito bem desenvolvida e de fácil compreensão. Além dos capítulos em 1ª pessoa de Cassie e Ben, ainda temos alguns em 3ª pessoa que mostram um pouco da trajetória de outros personagens, como Sammy e Evan. Isso foi um dos pontos que mais gostei no livro, pois tornou a leitura mais dinâmica e prazerosa.   

O segundo livro da trilogia, intitulado “O Mar Infinito” já foi lançado no Brasil, e nem preciso comentar o quanto quero lê-lo, né? Espero mesmo que o autor consiga manter essa qualidade nos próximos volumes, porque a história tem muito potencial. 

Ah, outra coisa! Não sei se sabem, mas A 5ª Onda será adaptado para o cinema, e já foi confirmado que Chloë Moretz fará o papel de Cassie. Confesso que não gostei da escolha, mas continuo ansiosa pelo filme.

Em meio a esse mar de lançamentos distópicos, A 5ª Onda merece destaque por trazer um tema não muito comum no gênero atualmente e acertando ao apostar nessa mistura de distopia com ficção científica. 

P.s.: Perdão pela quantidade de quotes na resenha, mas acreditem em mim quando digo que havia muito mais deles e que eu precisei fazer um esforço grande para reduzi-los a um número razoável. Eu juro!