Resenha: Anexos - Rainbow Rowell

Título: Anexos
Autor (a): Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
Páginas: 366
Beth Fremont e Jennifer Scribner-Snyder sabem que alguém está monitorando seus e-mails de trabalho. (Todo mundo na redação sabe. É política da empresa.) Mas elas não conseguem levar isso tão a sério, e continuam trocando e-mails intermináveis e infinitamente hilariantes, discutindo cada aspecto de suas vidas.Enquanto isso, Lincoln O’Neill não consegue acreditar que este é agora o seu trabalho – ler os e-mails de outras pessoas. Quando ele se candidatou para ser “agente de segurança da internet”, se imaginou construindo firewalls e desmascarando hackers – e não escrevendo um relatório toda vez que uma mensagem esportiva vinha acompanhada de uma piada suja. Quando Lincoln se depara com as mensagens de Beth e Jennifer, ele sabe que deveria denunciá-las. Mas ele não consegue deixar de se divertir e se cativar por suas histórias. No momento em que Lincoln percebe que está se apaixonado por Beth, é tarde demais para se apresentar. Afinal, o que ele diria...?

O ano é 1999, a internet está se tornando algo popular. O bug do Milênio assombra sobre as pessoas e suas inseguranças. Nesse cenário, Lincoln é contratado como segurança de TI de um jornal, ou seja, além de arrumar eventuais problemas dos computadores ele também passa suas noites lendo os e-mails das pessoas da redação e vendo se eles então infringindo alguma regra (traduzindo: jogando conversa fora ao invés de trabalhar). 

É assim que ele começa a ler as conversas entre Jennifer e Beth. Elas claramente estão transgredindo as regras e ele deveria lhes mandar um aviso, mas ele se vê tão interessado e envolvido em seus dramas que acaba deixando para lá. O problema maior acontece quando de repente ele se vê amando tudo o que Beth escreve e seu jeito. Ele não poderia se apaixonar por alguém que não conhece, não é? 
"- Então, que tal se, em vez de pensar em resolver toda a sua vida, você pensasse em simplesmente acrescentar coisas boas? Uma de cada vez. Deixe sua pilha de coisas boas crescer." pág. 219
Este é o segundo livro que leio da Rainbow RowellFangirl foi uma experiência sublime, me identifiquei com cada página e a trama satisfez minhas expectativas. Já Anexos foi uma leitura diferente, com um ritmo diferente, uma escrita mais formal (o máximo de formal que a Rainbow consegue ser, em todo caso) e no início minhas expectativas não foram correspondidas e no final isso acabou sendo maravilhoso.

Vou começar essa resenha pelo final porque só assim sinto que vocês compreenderão o que é ler um livro dessa mulher incrível e genial. Eu crio expectativas que a história vai ser de determinada maneira, a Rainbow ri na minha cara e diz “No way” e então eu fico com raiva, muita raiva. Quase larguei Anexos na metade quando descobri o modo como a (não) relação da Beth e do Lincoln ia se desenrolar, mas eu continuei lendo (Deus é bom, gente). E, então contra tudo o que eu pensei ser possível, o modo que a Rainbow optou por conduzir a história e finalizá-la foi a coisa mais linda, perfeita, maravilhosa, incrível, carinhosa, certa e adequada do mundo. Assim, além de perceber que Rainbow Rowell é um gênio e uma escritora que todos precisam conhecer e amar entendi porque eu não escrevo livros HAHAHAHA #SadButTrue

Como eu me sentia todo vez que a Beth falava sobre Seu Cara Fofo (adivinhem só quem é ele? ;) )
Ou como me senti lendo a maior parte do livro
Lincoln é... bom, Lincoln. Um personagem único e incomparável, fofo - em aparência e personalidade - , cheio de inseguranças sobre como conduzir sua vida e em sua maioria perdido e insatisfeito. Mas ele não se torna um chato de galochas por isso, nós nos vemos nele e em seus pensamentos e questionamentos, além disso ele é sensível e amorzinho (alguém que aguente a mãe dele com paciência com certeza é a pessoa mais paz e amor da Terra). Apesar de só termos contato com Beth e Jennifer através de seus e-mails, suas conversas e “diálogos” nos dão uma ótima ideia de suas personalidades, características, emoções e o jeito de cada uma. Os capítulos são compostos com as conversas por e-mails das duas, seguidos por capítulos narrados por Lincoln, além de alguns flashbacks ocasionais de Lincoln com sua ex-namorada Sam, nos ajudando a entender porque ele age assim e a desvendar mais um pouco de sua personalidade pouco usual. 
"É tão fácil falar "Não se preocupe, tudo vai dar certo". Por que não dizer? Não custa nada. Não significa nada. Ninguém vai te acusar se você estiver errado." pág. 261
A Rainbow conseguiu equilibrar perfeitamente a dinâmica e ritmo dos e-mails, nunca tornando-o entediantes ou maçantes, mesmo que Beth e Jennifer estivessem discutindo sobre a mais trivial das coisas. Talvez eu já tenha comentando isso, mas o que mais passei a amar nos livros da autora são como eles são reais e verossímeis (na medida do possível claro). A Rainbow tem uma visão dos acontecimentos profunda e sincera, geralmente ela pontua as situações com frases que te fazem pensar porque nunca percebeu isso em alguma situação da sua vida. É como se ela fosse sensível a maneira como lidamos com a vida, como nos acomodamos, nos autossabotamos e aplicasse isso aos seus personagens e, então, os faz se redescobrirem e encontrarem um ponto de equilíbrio. É acalentador, lindo e vale muito a pena ler e conhecer essas histórias. Vamos todos amar a Rainbow!


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